2/26/2008



















Uma revolução nas Microfinanças: Aavishkaar Micro Venture Capital Fund
Índia

No início do ano 2000, o empresário de negócios sociais Vineet Raí criou esse Fundo de Micro Venture Capital com intuito de transformar inovações rurais e semi-urbanas em negócios sustentáveis que sejam sócio-ambientalmente responsáveis e que tenham potencial de transformação social. O fundo de US$ 6 milhões contribui injetando capital e conhecimento em fases difíceis do estabelecimento de uma empresa. 

O microcrédito já é bem reconhecido pelo potencial de redução de pobreza que possui por incluir no sistema financeiro pessoas que não possuem garantias reais para obter crédito junto aos bancos tradicionais. O Aavishkaar revoluciona quando traz a lógica de micro-investimentos para organizações baseadas em inovações rurais e semi-urbanas. Assim, o fundo entende que pode promover o desenvolvimento econômico e reduzir a pobreza de um número superior de pessoas, uma vez que viabiliza empresas que serão também orientadas por objetivos sociais.

As operações começaram em 2002 com pouco mais de US$ 1 milhão. No total, foram feitos 13 investimentos. A estratégia é financiar start-ups e empresas iniciantes que atendam aos requisitos (ambientalmente responsável, comercialmente viável, com potencial de gerar empregos, renda para população rural e semi-urbana, e retorno aos investidores) tendo como foco clusters geográficos. No início, o fundo aportava no máximo 20% do capital do fundo e com limite de participação de capital social de 49%. No entanto, com seu crescimento estes critérios devem mudar.

As boas projeções têm atraído novos investidores ao fundo, destacou Vineet Rai, Fundador e Diretor Presidente, em nossas entrevistas. Dessa maneira, ele pretende se tornar um fundo de aproximadamente US$ 20 milhões ainda este ano.
Para ser competitivo e poder operar, o fundo atende aos padrões internacionais de venture capital funds e obedece os regulamentos da Securities and Exchange Board of India (SEBI).

Além do Aavishkaar Micro Venture Capital Fund (AMVCF), Vineet é ainda co-fundador de outras duas instituições, Intellectual Capital Advisory Services (Intellecap), Aavishkaar Goodwell Índia Microfinance Development Company (AGIMDC), Aavishkaar Venture Management Services (AVMS). Todas as iniciativas são Setor 2,5.

2/04/2008


Delhi, 5 de fevereiro de 2008.


A passagem por Bangladesh foi intensa. Ficamos bem focados em conhecer a experiência da joint venture Grameen Danone Foods, em Bogra, a cinco horas de carro da capital Dhaka. A joint venture, que começou sua operação há um ano, desenvolveu um modelo de produção de um iogurte ingredientes locais, envolvimento das mulheres apoiadas pelo Grameen na distribuição, uma planta de fábrica sustentável, e um modelo que em alguns anos também será lucrativo - facilitando a expansão do produto e o combate a subnutrição no país.

Sem dúvida, um dos pontos altos foi a ida a um dos encontros do Grameen Bank com um grupo de mulheres apoiadas há um ano pelo banco, que nos contaram o que tinha mudado em suas vidas com o microcrédito. Para os que já leram o livro, recomendamos, sobre a experiência do banqueiro M. Yunus, talvez seja fácil imaginar como ficamos emocionados.

Bangladesh é bastante diferente da Índia. Para começar, não há mulheres nas ruas da cidade, ficam somente em casa ou nas áreas rurais. Para o microcrédito, no entanto, elas são a porta de entrada para o dinheiro na família, e na comunidade que visitamos era visível o quanto eram participativas e cruciais nas empreitadas produtivas. Mesmo assim, as mulheres da equipe do projeto se sentiram pouco à vontade nas ruas e, em alguns momentos, não ouvidas pelos homens.

Entre as mudanças citadas pelas mulheres estão a compra de cabras, a compra de suas casas, a continuidade dos filhos nas escolas (viabilizada pelo aumento da renda do investimento produtivo), entre outras. Ficamos impressionados com sua organização e empolgação com a nossa visita. Um ótimo jeito de finalizar nossas filmagens de campo nesta viagem, e perceber o potencial que as empresas sociais tem para a transformação que acreditamos ser possível no mundo.

O que é um Negócio Social?

Organização cuja missão é explícitamente de transformação social e que para isso adota estratégias de negócios geradoras de renda como principal veículo para atingir seu propósito social, impactando diretamente a vida de populações fragilizadas. Pode assumir um modelo com ou sem finalidade lucrativa, mas sua autonomia financeira é dada pela atividade-fim da empresa. Os principais campos de atuação são: alimentação, serviços financeiros, acesso à energia e água potável, desenvolvimento econônomico, saúde, etc.