10/11/2009

Theory of change: como empreendedores sociais atacam os desafios?

Neste post, explicarei, sucintamente, uma "ferramenta" que tem se tornado cada vez mais comum no meio dos empreendedores sociais, especialmente os de negócios sociais - a chamada theory of change. Theory of change ou "teoria de mudança" é, na realidade, uma ferramenta que ajuda a desenvolver soluções para problemas sociais complexos. Basicamente, consiste em explicar como uma série de atividades/resultados intermediários condicionam a produção de resultados duradouros e eficazes, permitindo ao empreendedor de negócio social refletir sobre sua estratégia e responder algumas das principais questões relacionadas ao seu negócio: a) como criar mudança social e impacto sustentáveis?; b) quem deve ser considerado/envolvido (quais stakeholders) e como envolvê-los?; c) quais são os principais desafios a transpor?.

O uso da "teoria da mudança" não apenas auxilia o empreendedor a entender melhor seu modelo de negócio, como permite uma comunicação clara e direta de sua estratégia e missão aos seus stakeholders. Segue, então, um passo a passo para construção de uma theory of change [1]:

1. Identificar um objetivo, claro e mensurável, de longo prazo;
2. Realizar um "mapeamento reverso" de sua estratégia, de modo a identificar as condições necessárias para atingir tal objetivo;
3. Identificar as intervenções que a organização deve desempenhar para criar o ambiente (condições) necessário e alcançar os objetivos;
4. Desenvolver indicadores para cada atividade a ser realizada, de modo a mensurar a performance das intervenções;
5. Construir uma narrativa que sintetize as escolhas e conseqüências (cadeia de produção de impacto e transformação/business model) em sua teoria de mudança.

[1] Adaptado de www.theoryofchange.org

Fernando Mistura
fernando@doisemeio.com

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O que é um Negócio Social?

Organização cuja missão é explícitamente de transformação social e que para isso adota estratégias de negócios geradoras de renda como principal veículo para atingir seu propósito social, impactando diretamente a vida de populações fragilizadas. Pode assumir um modelo com ou sem finalidade lucrativa, mas sua autonomia financeira é dada pela atividade-fim da empresa. Os principais campos de atuação são: alimentação, serviços financeiros, acesso à energia e água potável, desenvolvimento econônomico, saúde, etc.